Todos somos espíritos em evolução, então, após assistir as reuniões públicas, precisamos ter vontade para mudar nossas atitudes, ler os livros indicados pela Doutrina e fazer a Limpeza Psíquica nos horários indicados. Por Felino Alves de Jesus.

Matéria Viva - Por Felino Alves de Jesus

As pesquisas sobre a matéria inerte alcançaram, não há a menor dúvida, um notável progresso.

A Física, a Química, a Astronomia permitiram ao homem a concepção de hipóteses realmente extraordinárias. Estas hipóteses levadas ao cálculo, nos apresentam, por vezes, resultados surpreendentes e mesmo inimagináveis anteriormente.

Entretanto, neste contínuo avançar e progredir das ciências, a Biologia, reconhecidamente, não manteve o mesmo ritmo de esclarecimento de seus intrincados e complicados fenômenos.

Na Biologia as coisas se estudam mais hipoteticamente que mesmo à luz dos cálculos matemáticos.

Não podemos negar, é verdade, o esforço de um número não pequeno de cientistas que tentam, a todo o custo, desvendar os segredos que envolvem os fenômenos da matéria viva.

Mas a realidade é que, não obstante todo esse esforço, a ciência dos seres vivos ainda estaciona no estágio puramente descritivo.

O corpo humano é cortado, dividido e estudado em todas as suas minúcias, mas é um estudo exclusivamente constitucional, que não chega a permitir a apresentação rigorosa dos cálculos algébricos.

A ciência ainda não sabe definir o que seja a vida e todas as teorias apresentadas sobre a origem da vida sobre a Terra, não chegam a convencer e são rejeitadas.

A matéria viva de todos os seres é formada por uma substância plástica denominada plasma.

Não se obtém o plasma por meio de nenhuma combinação química ou mistura de combinações.

O plasma em si é uma verdadeira máquina em ponto pequeno. A substância viva plasma apresenta-se em um corpúsculo microscópico denominado célula. Portanto, a célula é a unidade elementar da vida.

Em média o comprimento das células é de 0,02 mm.

O modo clássico de explicar a constituição de uma célula é compará-la com um ovo, embora este seja cerca de um milhão de vezes maior que uma célula. Dentro do ovo a gema amarela flutua no meio da albumina líquida. Dentro da célula seu núcleo flutua no meio do plasma.

O plasma assemelha-se à espuma de sabão, em que os alvéolos estão cheios de líquidos, açúcares, soluções de albuminas e sais diversos. A substância das paredes desses alvéolos embora sólida, de albumina viscosa, amido e gorduras espessas, não é impermeável, pois deixa passar certos grupos de moléculas não muito grandes através de poros moleculares extremamente pequenos.

A alimentação, para poder penetrar pelos poros moleculares, deve ser bastante dividida em suas porções moleculares. Em média o corpo humano compõe-se de 30 trilhões de células.

Admite-se e demonstra-se experimentalmente que a célula funciona como um aparelho emissor-receptor de ondas éter.

As células reunidas formam os tecidos e os órgãos.

Só ultimamente os anatomistas conseguiram analisar as propriedades das células, embora já conhecessem anteriormente os caracteres gerais dos tecidos e dos órgãos.

Como já o dissemos, cada célula é um verdadeiro organismo muito complicado.
Atualmente já se consegue projetar em uma tela, filmes de células com tal aumento que seu tamanho fica superior ao de um homem. Assim sendo, os órgãos das células se tornam visíveis e podem ser analisados.

Escreveu Alexis Carrel, referindo-se à célula: No meio do seu corpo vê-se flutuar uma espécie de balão ovoide, de paredes elásticas, que parece cheio duma gelatina completamente transparente. Este núcleo contém dois nucléolos que mudam lentamente de forma. A volta dele há uma grande agitação que se produz sobretudo ao nível dum amontoado de vesículas, correspondentes àquilo a que os anatomistas dão o nome de aparelho de Golgi ou de Renaut. Grânulos, quase indistintos, movem-se sempre em grande número nesta ocasião, correndo também até aos membros móveis e transitórios da célula. Mas os órgãos mais notáveis são uns longos filamentos, as mitocôndrias, que se assemelham a serpentes, ou, em certas células, a pequenas bactérias. Vesículas, grânulos e filamentos agitam-se violenta e continuamente no líquido intercelular.

A complexidade aparente das células vivas já é muito grande. A sua complexidade real é muito maior. O núcleo que, com exceção dos nucléolos, parece completamente vazio, contém, não obstante, substâncias de maravilhosa natureza. A simplicidade atribuída pelos químicos às núcleo-proteínas que o constituem é ilusória. De fato, o núcleo contém os genes, esses seres de que tudo ignoramos, exceto que são as tendências hereditárias das células, e dos homens que delas derivam. Os genes são indivisíveis. Mas sabemos que habitam nos cromossomos, esses corpos alongados que aparecem no núcleo claro da célula, quando esta se vai dividir. Nesse momento os cromossomos desenham confusamente as figuras clássicas da divisão indireta. Depois os dois grupos afastam-se um do outro. Vê-se, então, nos filmes, o corpo celular abanar violentamente, agitar em todos os sentidos o seu conteúdo e dividir-se em duas partes, as células-filhas que se separam deixando atrás de si filamentos elásticos que acabam por desaparecer. É assim que individualizam dois novos elementos do organismo. Tal como os animais, as células pertencem a várias raças, que são determinadas por caracteres estruturais e funcionais.

Células que sejam provenientes de regiões espaciais diferentes, por exemplo da glândula tireoide, do baço ou da pele, mostram naturalmente tipos diferentes. Mas, coisa inexplicável, se, em momentos sucessivos, se reconhecem células duma mesma região espacial, verifica-se que também elas,constituem raças diferentes. O organismo é tão heterogêneo no tempo como no espaço. Os tipos celulares dividem-se grosseiramente em duas classes. As células fixas, que se unem para formar os órgãos, e as células móveis, que viajam por todo o corpo.

As células fixas compreendem a raça das células conjuntivas, e a das epiteliais, células nobres que formam o cérebro, a pele, as glândulas endócrinas. As células conjuntivas constituem o esqueleto dos órgãos. Existem em toda parte. Em volta delas acumulam-se substâncias variadas, cartilagens, ossos, tecido fibroso, fibras elásticas que dão ao esqueleto, aos músculos, aos vasos sanguíneos e aos órgãos a solidez e a elasticidade necessárias; metamorfoseiam-se também em elementos contráteis. São os músculos do coração, vasos do aparelho digestivo e também os do aparelho locomotor.

Embora nos pareçam imóveis e usem o seu velho nome de células fixas, são, no entanto, dotadas de movimento, assim como a cinematografia nô-lo mostrou. Mas os seus movimentos são lentos. Deslizam no seu meio como óleo estendendo-se na água, e arrastam consigo o núcleo que flutua na massa líquida do seu corpo. As células móveis compreendem os diferentes tipos de leucócitos do sangue e dos tecidos; o seu movimento é rápido. Os leucócitos de vários núcleos assemelham-se a amebas. Os linfócitos arrastam-se mais lentamente, como pequenos vermes. Os maiores, os monócitos, são verdadeiros polvos que, além dos seus braços múltiplos, são rodeados por uma membrana ondulante; com as pregas desta membrana envolvem as células e os micróbios, de que em seguida se nutrem com voracidade.

Quando se cultivam em frascos estes diferentes tipos celulares, os seus caracteres tornam-se tão aparentes como os das diferentes raças de micróbios. Cada tipo possui propriedades que lhe são inerentes, e que conservam mesmo quando está separado do corpo durante anos. As raças celulares caracterizam-se pelo seu modo de locomoção, pela maneira de se associarem umas às outras, pelo aspecto de suas colônias, e pela proporção do seu crescimento, pelas substâncias que segregam e pelos alimentos que exigem, tanto como pela sua forma. Cada sociedade celular, isto é, cada órgão, deve as suas leis próprias a essas propriedades elementares. As células não seriam capazes de constituir o organismo caso apenas possuíssem os caracteres conhecidos pelos anatomistas. Graças às suas propriedades habituais, e à enorme quantidade de propriedades virtuais, susceptíveis de se manifestarem em resposta a modificações físico-químicas do meio, as células fazem face às novas situações que se apresentam no decorrer da vida normal das doenças. As células associam-se em massa densa cuja disposição é regulada pelas necessidades estruturais e funcionais do conjunto.

O corpo humano é uma unidade compacta e móvel, cuja harmonia é garantida pelo sangue e pelos nervos de que estão providos todos os grupos celulares. A existência dos tecidos não pode conceber-se sem a de um meio líquido. A forma dos órgãos é determinada pelas relações necessárias das células com seus vasos nutritivos. Essa forma depende ainda da presença das vias de eliminação das secreções glandulares. Toda a disposição interior do corpo depende das necessidades nutritivas dos elementos anatômicos. O plano arquitetônico de cada órgão é inspirado pela necessidade que as células têm de estar imersas num meio sempre rico em matérias alimentares e nunca obstruído pelos resíduos da nutrição.

Sendo a harmonia do corpo humano garantida pelo sangue, vejamos o que é esta substância. Nada mais que um tecido análogo aos outros em que, entretanto, as células ficam suspensas num líquido viscoso, o plasma, em vez de estarem fixadas por uma estrutura. O tecido sangüíneo contém cerca de trinta mil bilhões de glóbulos vermelhos e cinqüenta bilhões de glóbulos brancos.

Todas as partes do corpo, por menores que sejam, são penetradas por este tecido móvel, o sangue, que é o meio condutor de alimento para todas as células do corpo. O sangue, ao entregar o alimento às células, e conseqüentemente aos tecidos, recebe de volta os resíduos da vida dos tecidos.
Os glóbulos vermelhos são pequenos sacos contendo hemoglobina que, ao passarem pelos pulmões, recebem oxigênio e o distribuem por todas as células dos diversos órgãos, recebendo em troca ácido carbônico e outros resíduos. Os glóbulos vermelhos não são como os glóbulos brancos, células vivas. Estes últimos glóbulos ora flutuam no plasma dos vasos, ora se dirigem, pelos interstícios dos capilares, à superfície das células das mucosas do intestino e de todos os órgãos.

Os glóbulos brancos dão, pois, ao sangue a característica de tecido móvel, sendo susceptível de se dirigir a qualquer ponto em que sua presença for solicitada. Se uma região do organismo é invadida por micróbios, imediata e rapidamente os glóbulos brancos acumulam em torno dos micróbios grandes quantidades de leucócitos que combatem e infecção.

São os glóbulos brancos, ainda, que, indo às feridas da pele e dos órgãos, produzem a sua cicatrização.

Para nutrir-se, para modificar-se, as células do corpo humano estão continuamente recebendo matéria do meio exterior. Durante a passagem da matéria exterior através das células, estas retiram a energia de que necessitam. Portanto, a existência de nosso corpo físico se esteia completamente na matéria do mundo inanimado.

Entretanto, as leis são infalíveis: mais cedo ou mais tarde nosso corpo devolve ao mundo inanimado toda a matéria absorvida.

Falando sobre o enfraquecimento do corpo, diz ainda Alexis Carrel, no seu interessante livro - O Homem, Esse Desconhecido: “Sabe-se que uma alimentação rica ou pobre demais, o alcoolismo, a sífilis, as uniões consangüíneas, assim como a prosperidade e o ócio, diminuem a qualidade dos tecidos e dos órgãos. A ignorância e a pobreza têm os mesmos efeitos que a riqueza. Os homens civilizados degeneram nos climas tropicais, e desenvolvem-se sobretudo nos climas temperados ou frios. Têm necessidade dum modo de vida que imponha, a cada um, um esforço constante, uma disciplina fisiológica e moral, e algumas privações. Tais condições de existência dão-lhes a possibilidade de resistir tanto à fadiga como às preocupações. Preservam-nos de muitas doenças, principalmente nervosas, e impelem-nos irresistivelmente para a conquista do mundo exterior.

A doença é uma desordem funcional e estrutural. A variedade dos seus aspectos é tão grande como a das nossas atividades orgânicas. Há doenças do estômago, do coração, do sistema nervoso etc. Mas no corpo doente mantém-se a mesma unidade que no normal: todo ele está doente, porque não há doença que fique estritamente confinada num único órgão. Pela velha concepção anatômica do ser vivo, os médicos foram levados a fazer de cada doença uma especialidade. Só aqueles que conhecem o homem nas suas partes e no seu todo, sob o seu tríplice aspecto, anatômico, fisiológico e mental, podem compreendê-lo quando está doente.”

Todos os órgãos possuem nervos sensitivos. Por intermédio destes nervos, comandados pelo sistema nervoso central, os nossos órgãos entram em contato com o mundo exterior. Portanto, nós sentimos as coisas exteriores de acordo com a constituição e o grau de sensibilidade de nossos órgãos dos sentidos.

“Se, por exemplo, a retina registrasse os raios infravermelhos de grande extensão de onda, a natureza apresentar-se-ia aos nossos olhos com um aspecto completamente diverso. Devido às modificações da temperatura, a cor da água, das rochas e das árvores variaria com as estações. Os dias claros de julho, em que as menores particularidades da paisagem se distinguem, seriam obscurecidos por um nevoeiro avermelhado. Os raios caloríficos, tornados visíveis, esconderiam todos os objetos. Durante os frios do inverno, a atmosfera tornar-se-ia clara e precisos os contornos das coisas. Mas o aspecto dos homens seria bem diferente. O seu perfil apareceria indeciso. Uma nuvem vermelha, saindo das narinas e da boca esconderia o rosto. Após um exercício violento, o volume do corpo aumentaria, porque o calor libertado formaria à sua volta uma larga aura. Do mesmo modo, o mundo exterior modificar-se-ia, embora de outra maneira, se a retina se tornasse sensível aos raios ultravioletas, a pele aos raios luminosos, ou, simplesmente, se a sensibilidade de cada um dos nossos órgãos dos sentidos aumentasse de modo notório.

Ignoramos as coisas que não exercem ação sobre as terminações nervosas da superfície de nosso corpo. É por isso que os raios cósmicos não são apreendidos por nós embora nos atravessem de lado a lado. Parece que tudo o que atinge o cérebro tem de passar pelos sentidos, isto é, impressionar a camada nervosa que nos rodeia. Apenas o agente desconhecido das comunicações telepáticas faz talvez exceção a esta regra. Dir-se-ia que, nos fenômenos de vidência, o sujeito apreende diretamente a realidade exterior sem utilizar as vias nervosas habituais. Mas tais fenômenos são raros. Os sentidos são a porta pela qual o mundo físico penetra em nós.”

Evidentemente o corpo humano surge diante de nossos sentidos como uma tremenda complexidade. As células que se encontram mais afastadas uma das outras trocam, entre si, suas secreções. No entanto, apesar da complicada heterogeneidade do corpo humano, ele age, fisiologicamente, com uma homogeneidade extraordinária.

– O que, pois, administra esta complicada heterogeneidade de funções, transformando-as numa perfeita homogeneidade fisiológica?

Deixemos, ainda, a pergunta sem resposta.

Em geral, os fisiologistas afirmam que as manifestações de vida, e mesmo de inteligência, nada mais são que propriedades da matéria, embora concordem que a matéria componente do corpo humano é exatamente a mesma matéria inanimada conhecida. Eles, portanto, admitem que a matéria, formando os corpos inanimados ou os corpos vivos, funciona diferentemente.

– Será, porém, razoável e racional que os movimentos executados pelo homem, que o equilíbrio e o funcionamento de seu complexo corpo, que as vibrações da matéria cerebral, sejam simples propriedades da matéria, quando as propriedades desta mesma matéria nos corpos inanimados, estão tão exaustivamente estudadas pela Física e pela Química?

Se as manifestações da vida nada mais fossem que propriedades da matéria, a personalidade humana desapareceria com a morte do corpo, pois a matéria, uma vez desagregada do corpo, voltaria a outros estados, tomando novas formas.

– E, por que, no momento da morte, deixa a matéria de possuir as propriedades da vida, se ela, em si, continua sendo a mesma matéria?

Há, portanto, um outro princípio que não a matéria ou a energia, que abandona o corpo humano, cessando, conseqüentemente, as manifestações de vida.

Entretanto, dizem os materialistas, se há um Princípio-Inteligente que dá vida e movimento à matéria inerte, por que a inteligência é afetada, se afetados são alguns órgãos do corpo humano?

Com esta teoria os materialistas creem ter provado definitivamente que a inteligência é uma propriedade da matéria, pois basta lesar a matéria organizada para afetar a inteligência.

Podemos, porém, responder a este argumento dizendo que, se um homem dirige uma máquina, e se algum órgão desta última sofre alguma lesão, conseqüentemente ele não mais pode obter a mesma produção da máquina, e não se pode afirmar, também, que o homem é uma propriedade da máquina.

O grande fisiologista Claude Bernard é de opinião que a matéria, mesmo viva, é inerte, isto é, desprovida de toda a espontaneidade, porém que pode manifestar suas propriedades especiais de vida sob a influência de uma excitação, porque a matéria é irritável.

As religiões dizem que o homem possui uma alma, e que esta, ao abandonar o corpo, vai para um determinado lugar do espaço receber os prêmios ou castigos, de acordo com seus bons ou maus atos na Terra.

Cada religião apresenta um Deus à sua moda e feitio.

São atribuídas a Buda, as seguintes palavras, ditas, em seu leito de morte, a seus discípulos: “Todas estas opiniões teológicas não passam de quimeras; todas essas narrativas da natureza dos deuses, de seus atos, de suas vidas, apenas alegorias, emblemas mitológicos, sob os quais se escondem idéias engenhosas de moral e o conhecimento das operações da natureza, no jogo dos elementos e na marcha dos astros.

A verdade é que tudo se reduz ao nada; que tudo é ilusão, aparência, sonho, que a metempsicose moral não é mais que o sentido físico da metempsicose física, deste movimento sucessivo, pelo qual os elementos de um mesmo corpo, que não perecem, passam, quando ele se dissolve, para outros meios e formam outras combinações. A alma não é mais que o princípio vital, resultante das propriedades da matéria e do jogo de elementos existentes no corpo, onde elas criam um movimento espontâneo. Supor que este produto do jogo dos órgãos nascido com eles, adormecido com eles, subsiste quando os órgãos não mais existem, é um romance talvez agradável, mas realmente quimérico, fruto de imaginação iludida. O próprio Deus não é senão o princípio motor, a força oculta espalhada nos seres, a soma de suas leis e propriedades, o princípio animador, em uma palavra, a alma do universo, a qual, em razão da infinita variedade de suas relações e operações, considerada ora como simples e ora como múltipla, agora como ativa e logo como passiva, apresentou sempre ao espírito humano um enigma insolúvel. Tudo quanto ele pode compreender de mais claro nisto, é que a matéria não perece nunca; que ela possui essencial mente propriedades pelas quais o mundo é regido como um ser vivo e organizado; que o conhecimento dessas leis em relação ao homem, é o que constitui a sabedoria; que a virtude e o mérito residem na observância delas, e o mal, o pecado, o vício, em sua ignorância e infração; que a felicidade e infelicidade resultam delas, pela mesma necessidade que faz as coisas pesadas descerem, e as coisas leves subirem, e por uma fatalidade de causas e de efeitos cuja cadeia vai do último átomo até aos astros os mais elevados.”

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De tudo o que foi exposto neste capítulo o leitor pode depreender que cientistas e filósofos não chegaram ainda a um acordo ou a uma conclusão sobre a matéria viva.

Materialistas e espiritualistas defendem veementemente a validade de suas teorias sem se convencerem mutuamente.
– E por que isto?

Por que os homens geralmente só se entendem sobre aquilo cuja existência os sentidos podem constatar, discutir e analisar.

– Como poderá, então, haver este entendimento, se não podemos ter provas reais da existência do Princípio-Inteligente?

Mas estas provas existem. O conhecimento do homem já é um fato definitivo.

O alcance intelectual do homem está apto a apreender os magníficos princípios explanados pelo Racionalismo Cristão, doutrina que, fundada em 1910, se vem batendo para libertar a humanidade de turco o que seja dogma, mistério, preconceito, acorrentamento do raciocínio.

Estuda, leitor, com isenção de ânimo, o Racionalismo Cristão, analisa friamente suas afirmativas, sem religiosidade, sem fanatismo, simplesmente como um pesquisador desejoso de descobrir as leis e os princípios básicos da ciência máxima, da “Ciência da Vida”.

Matéria Viva
Por Felino Alves de Jesus