Racionalismo
Cristão é a doutrina que, fundada por Luiz de Mattos, difunde a afirmativa
básica de que no Universo tudo se resume simplesmente nos princípios Força e
Matéria.
Baseado
nestes dois princípios, o Racionalismo Cristão explica o que antes era mistério
nas doutrinas ocultistas e espiritualistas.
O
Racionalismo Cristão explana e esclarece os princípios que Jesus, infelizmente,
não teve tempo de consolidar, porque foi prematuramente arrancado à vida.
O
Racionalismo Cristão explica que Jesus não realizou milagres; que apenas se
utilizou das leis naturais e imutáveis que regem o universo.
Não
convinha aos sacerdotes das religiões da época, não convinha aos dominadores do
povo, que Jesus continuasse com suas explanações revolucionárias de que o homem
em si é um deus, porque contém em si uma partícula de Deus, que é Força
Universal, o Foco da Inteligência Universal.
Igualmente
não convém hoje às religiões o esclarecimento da massa humana, porque ela,
esclarecida, repudiará suas maldades, sua hipocrisia, sua tendência de
embrutecimento do raciocínio humano, para melhor dominá‑lo.
Afirmando
serem Força e Matéria os únicos princípios componentes do Universo, o
Racionalismo Cristão ensina o ser humano a aplicar a lei psíquica de atração a
estes dois princípios.
Explica
como, pela ação do pensamento, se atraem as Forças Superiores e se repelem as
inferiores.
Soluciona
uma multidão de fenômenos não compreendidos, e, por isso mesmo, considerados
como inadmissíveis pela ciência e como sobrenaturais ou milagres por toda a
gente.
Dá ao
homem o conhecimento das categorias de ordem espiritual, e como elas se
manifestam e operam, quer para o bem, quer para o mal, para beneficiar ou
danificar o ser humano.
Demonstra
que são as forças inferiores as causadoras de muitos males psíquicos e
fisiológicos de que sofre a humanidade.
Nos
capítulos anteriores fizemos algumas considerações sobre teorias existentes, no
meio científico, a respeito da matéria, da energia etc.
Entretanto,
a nossa finalidade não é complicar a linguagem, não é subir às transcendências
científicas.
Temos
interesse de descer nossa linguagem, nossa explanação, ao máximo de
simplicidade. Desejamos que aqueles que não tiveram a oportunidade de alcançar
um certo grau de cultura, apreendam o que expomos, e alcancem, com seus
raciocínios, a importância desta Doutrina, apresentada com clareza e sem
exageros e pernosticismos científicos.
Basicamente
são dois os princípios existentes no Universo: Força e Matéria.
Quando
dizemos Força não nos queremos referir à força tal como é estudada na Física,
representando um produto de uma massa por uma aceleração.
Força,
para nós, é a Inteligência Universal, é o princípio animador da Matéria.
Não nos
deteremos, também, mais, sobre o estudo da Matéria. Bastam as divagações que, a
respeito, já fizemos nos capítulos anteriores.
O que é
importante frisar é a ação contínua da Força sobre a Matéria, em todos os
fenômenos.
O
Universo inteiro – este Universo que não podemos compreender em toda a sua
plenitude e sim apenas em uma mínima fração, pois o alcance de nosso raciocínio
é, ainda, demasiado limitado – a Força o mantém regido sob leis naturais e
imutáveis. A imutabilidade destas leis pode ser verificada, facilmente, em
qualquer dos ramos das Ciências. Os movimentos dos astros podem ser previstos,
exatamente, com centenas de anos de antecedência.
Dentro
dessas leis naturais e imutáveis deve ser colocado o homem.
Ele tem
por dever estudar e compreender a verdade sobre si próprio, sobre sua
composição astral e física.
Sabendo
que Força e Matéria são os únicos princípios fundamentais do Universo; que a
Força é o agente ativo, inteligente, transformador; que a Matéria é o elemento
passivo, inerte, plasmável; que ambos, na sua forma original, indivisível,
fundamental, imponderável, penetram em todos os corpos, estendendo-se pelo
espaço infinito Universal, o homem deve indagar como agem esses princípios na
sua própria constituição.
Da
mesma maneira que é mantido o equilíbrio perfeito nos inúmeros sistemas solares
do espaço, igualmente é mantido o equilíbrio dos movimentos executados pelas
diversas partículas que constituem o átomo.
Portanto,
mesmo no átomo, a Força demonstra a sua existência, sua ação.
Começando
sua evolução na estruturação do átomo, a Força passa, depois, a outras ordens
de aplicação construtiva, animando moléculas, células, tecidos.
Agregando,
desagregando, transformando os corpos, a evolução da partícula de Força se vai
efetuando, ela vai adquirindo maior grau de inteligência. E, à proporção que
esta evolução se torna sensível, a partícula de Força vai animando corpos que
apresentam maior grau de atributos inteligentes.
Assim,
depois de ter entrado na composição de corpos do reino mineral, do reino
vegetal e do reino animal, a partícula de Força fica em condições de constituir
microrganismos de ínfima espécie. Destes microrganismos de ínfima espécie, vai
passando, evolutivamente, através de outras espécies e de outros organismos de
maior desenvolvimento.
Enquanto
que nos átomos e moléculas a Força Inteligente se limita a movimentos
vibratórios internos, já nos microrganismos apresenta, também, a ação do
movimento exterior, de locomoção. E quando estes organismos se tornam mais
desenvolvidos, aparecem as primeiras manifestações de Inteligência.
À
proporção que vai passando de um corpo para outro mais evoluído, a partícula de
Força vai adquirindo maiores e mais evidentes qualidades de Inteligência. Neste
evoluir contínuo ela alcança um estágio em que já pode animar os corpos humanos
dos mais embrutecidos estados.
Ao
alcançar este grau de evolução a partícula de Força recebe o nome de espírito,
e, como espírito, encarna inumeráveis vezes, isto é, anima corpos humanos sucessivamente,
adquirindo sempre mais inteligência, mais luz, mais experiência, mais
conhecimentos, mais clara concepção da vida e maior capacidade de raciocínio.
Na sua
trajetória evolutiva de corpo em corpo, de encarnação em encarnação, o espírito
vai passando pelos diversos estados, pelas contínuas lutas, pelos vários
ambientes necessários ao seu progresso, até o momento em que a evolução
alcançada permita que ele continue a viagem, rumo à perfeição total, em outros
mundos mais adiantados que o planeta Terra.
A mente
humana não se conforma com a concepção do infinito, e só a aceita como um apoio
teórico que lhe facilita os cálculos matemáticos.
O
raciocínio do homem, utilizando todos os seus conhecimentos adquiridos, não
está apto, ainda, a transpor um curto limite que é, no entanto, já por ele,
considerado transcendente.
Em
outras palavras: o campo de lucidez intelectual humano é ainda muito curto, e
ele deve limitar-se a pôr em prática a fração da Verdade já contida dentro
desse seu restrito campo lúcido de compreensão, para, adquirindo novos
conhecimentos, avançando pela estrada evolutiva, poder apoderar-se de mais uma
fração da Verdade, e, nesse movimento sucessivo e dependente mutuamente de
avançar para adquirir Verdade e de adquirir Verdade para avançar, chegar ao
término da viagem, alcançar o repouso eterno, apreender e dominar a Verdade
absoluta.
Consciente,
portanto, o ser humano de sua limitada compreensão, deve concentrar-se, apenas,
nos pontos aproveitáveis para a sua evolução, dedicando-se ao estudo e à luta,
para dilatando seus atributos espirituais, aumentar a capacidade irradiativa de
seu raciocínio.
O
planeta em que vivemos, onde tanta luta, tanta inveja, tanta ambição se
entrechocam violentamente, nada mais é que uma partícula de pó em relação ao
Espaço Infinito.
É tão
vasto o espaço, que a medida utilizada para avaliar as distâncias astronômicas
é a extensão que os raios luminosos percorrem por segundo, isto é, cerca de
300.000 km.
Para
chegar à atmosfera da Terra, as ondas dos raios cósmicos viajam uma distância
que a luz, com sua velocidade de 300.000 km por segundo, percorreria em dezenas
de milhares de anos.
Evidentemente,
sendo tão humilde o planeta Terra diante da magnificência infinita do Universo,
é justo que, igualmente, seus habitantes sejam humildes e modestos no saber, na
inteligência, na evolução.
Se
dissermos ao leitor que a Inteligência Universal é Luz Astral contínua que
chega a todos os pontos, tudo animando, tudo vivificando, a qualquer momento,
seja dia ou seja noite, talvez um sorriso cético e desdenhoso lhe aflore aos
lábios.
Entretanto,
os sentidos físicos são muito limitados, e os seres geralmente só creem no que
estes sentidos podem constatar.
Se, por
exemplo, os raios caloríficos se tornassem visíveis, esconderiam todos os objetos;
se pudéssemos constatar visualmente a existência dos raios infravermelhos a
natureza se apresentaria aos nossos olhos com aspecto notavelmente diverso.
E, no
entanto, os raios caloríficos ou infravermelhos são fenômenos puramente
físicos. Portanto, como maior razão, não é absurdo declarar-se que a Luz
Astral, que é um fenômeno espiritual, seja invisível aos olhos físicos.
Os
espíritos, de acordo com sua evolução, são divididos em classes. Os que fazem
sua evolução neste planeta pertencem às primeiras dezessete classes de uma
série de trinta e três. Os espíritos das classes restantes da série continuam a
evoluir em meios adequados e mais adiantados que o do planeta Terra.
Acima
da classe décima-sétima só eventualmente algum espírito encarna, não por exigência
de sua própria evolução, mas para auxiliar a humanidade a levantar-se,
espiritualmente, numa espontânea manifestação de abnegação e desprendimento.
Milhões de outros destes, embora não encarnados, se dedicam, especialmente por
intermédio das Casas Racionalistas Cristãs, a auxiliar o progresso dos seus
semelhantes menos desenvolvidos e encarnados no planeta.
Os
espíritos, distribuídos pela série de trinta e três classes, de acordo com o
grau de evolução de cada um, processam o seu desenvolvimento espiritual
partindo da seguinte ordem de mundos:
a) mundos densos - espíritos da 1a à 5a classe;
b) mundos
opacos – espíritos da 6a à 11a classe;
c) mundos intermédios – espíritos da 12a à 17a classe;
d) mundos
diáfanos – espíritos da 18a à 25a classe;
e) mundos
de luz – espíritos da 26a à 33a classe.
Depois
da trigésima-terceira classe a evolução do espírito prossegue por uma nova fase
cada vez mais acentuada, para a perfeição absoluta.
Dissemos
que os espíritos pertencentes às primeiras dezessete classes da série de trinta
e três acima especificadas fazem sua evolução, quando encarnados, no planeta
Terra.
Isto
quer dizer o seguinte: existem os mundos de estágio e os mundos escolas. Os
espíritos, quando desencarnados, permanecem nos mundos de estágio a que
pertencem, de acordo com suas classes. Os mundos escolas são aqueles em que os
espíritos, como no planeta Terra, fazem sua evolução no estado de encarnados.
Normalmente
só encarnam no planeta Terra os espíritos pertencentes aos mundos
materializados, opacos e brancos.
A
evolução dos espíritos até chegar à décima-oitava classe exige um número enorme
de reencarnações que se efetuam em períodos diversos de espírito para espírito,
mas que se elevam a milhares e milhares de anos. Se uma encarnação é mal
aproveitada, há necessidade de repeti-la, tendo o espírito de passar pelas
mesmas fases até conseguir dominar a fraqueza que o tenha feito perder a
referida encarnação.
O
espírito, no mundo que lhe é próprio, tem conhecimento do que se passa nos
mundos das classes inferiores à sua, mas desconhece o que ocorre nas
superiores.
Neste
seu mundo, antes de encarnar, ele faz a previsão aproximada de sua trajetória
pelo mundo-escola. Ele sabe, de antemão, as lutas e os dissabores que terá de
enfrentar, como encarnado, mas desejando fazer sua evolução aos mundos
superiores, decide-se a enfrentar todos os embates.
Jesus é
um espírito evoluidíssimo que veio à Terra com o desejo de implantar uma
Doutrina espiritualista, capaz de auxiliar o progresso das massas embrutecidas
pelos vícios de toda espécie.
A
Doutrina que Jesus tentou explanar, o Racionalismo Cristão já conseguiu
codificá-la e a difunde desde 1910, indiferente aos cegos, aos céticos e aos
que não querem compreender a realidade da Vida.
Antes
de encarnar, o próprio espírito, de acordo com as lutas que necessite travar,
com as dificuldades que precise enfrentar para sua evolução, escolhe,
cuidadosamente, a família que mais lhe convém e que maiores oportunidades lhe
ofereça para destruir suas más qualidades e desenvolver as boas.
O
espírito é Luz, é Inteligência, é imaterial. Entretanto, possui um corpo astral
que é material, que é constituído de matéria fluídica, invisível aos olhos
humanos. Esta matéria fluídica é retirada do mundo em que estagia o espírito
quando não encarnado, isto é, do mundo a que pertence, de acordo com sua
classe.
Quanto
mais evoluído é um espírito, mais diáfano é o seu corpo astral, porque mais
diáfana é a matéria fluídica do mundo a que pertence.
Uma vez
tendo o espírito escolhido sua mãe carnal, por ocasião da fecundação, acompanha
a gestação até o terceiro mês ligando-se ao feto por cordões fluídicos. O seu
corpo astral, formado de matéria fluídica, vai envolvendo, molécula a molécula,
o corpo carnal em formação, tomando-lhe a forma exata; esta operação é feita
ficando o espírito do lado de fora do corpo da gestante, onde se conserva,
irradiando para o feto, até o momento em que este vem à luz.. Nessa ocasião,
quando a criança chora, dá-se a posse total do corpo pelo espírito, que se
conserva justaposto ao lado esquerdo do mesmo.
A
partir desse momento o espírito está encarnado, havendo, portanto, três corpos,
a saber:
a) corpo
mental (espírito);
b) corpo
astral ou perispírito (matéria fluídica);
c) corpo
carnal (matéria organizada composta).
Portanto,
o ser encarnado possui em si os dois princípios básicos componentes do
Universo: Força e Matéria. Conseqüentemente deve saber viver, distintamente, as
duas variações da vida, a material e a espiritual.
O corpo
mental é o agente vivo e inteligente que governa os outros dois corpos.
Enquanto que a matéria, quer do corpo astral, quer do corpo carnal, vai sendo
substituída, de acordo com a evolução do espírito, este último cada vez mais dá
demonstrações de inteligência, de potencialidade e de Vida.
O corpo
astral ou perispírito é o intermediário entre o corpo mental e o corpo carnal.
Ele se liga ao corpo mental, partícula por partícula, por intermédio da
vibração inteligente, que é contínua e ininterrupta. Quando o corpo carnal
adormece, o espírito afasta-se dele, juntamente com o seu corpo astral, do qual
não se separa. Entretanto, mesmo afastado, mantém-se ligado ao corpo carnal
pelos cordões fluídicos do corpo astral. O espírito pode afastar-se a
distâncias incomensuráveis, porque a natureza dos cordões fluídicos permite
esse fato, e também porque a relatividade das distâncias conhecidas na vida
terrena são completamente diversas na vida espiritual; esses cordões só se
despregam do corpo carnal no ato da desencarnação.
O corpo
carnal, esse corpo tão estudado pela Ciência Médica, apenas serve para fornecer
ao espírito a oportunidade de travar as lutas, realizar os trabalhos, combater
os defeitos, desenvolver as boas qualidades a que se dispôs antes de encarnar.
Quando
o espírito encarna, isola-se de seu passado, isto é, esquece-se das suas
encarnações anteriores e da sua existência quando em estágio em seu mundo
próprio, no intervalo entre as várias encarnações. Esse esquecimento temporário
do passado só lhe traz vantagens, pois a lembrança dos erros anteriores nunca
lhe permitiria cumprir com tranquilidade seus deveres correspondentes à
encarnação atual. Entretanto, ele conserva o resultado das lições aprendidas, a
experiência das provas por que passou, as tendências derivadas do uso que fez
de seu livre-arbítrio. Isso explica perfeitamente o fenômeno do atavismo, não
somente físico como também psíquico, isto é, a retentividade e reprodução de
anteriores formas físicas e psíquicas.
Uma vez
encarnado, o espírito passa por fases distintas, em cada uma das quais colhe
ensinamentos adequados. Essas fases são a infância, a mocidade, a madureza e a
velhice. Em cada uma delas o espírito tem predeterminados deveres a cumprir,
obrigações a satisfazer, trabalhos a realizar. Ele deve alcançar, normalmente,
a última fase, a velhice, pois cada uma delas lhe proporciona experiências e
ensinamentos novos. Entretanto, para chegar ao fim da velhice, tem obrigação de
andar bastante atento quanto aos cuidados com a sua saúde, a fim de não
desencarnar prematuramente.
As condições
físicas do planeta, compreendidas pelas mudanças bruscas de temperatura, pela
insalubridade de certas regiões, pelos surtos epidêmicos, pelas abundantes vias
de contaminações e pelas atuações do astral inferior, são sumamente favoráveis
a essa desencarnação prematura, que representa, sempre, um lapso na evolução.
Jesus
foi um espírito evoluidíssimo que encarnou com a missão especial de despertar a
humanidade para as finalidades da Vida, ensinando-lhe o que atualmente já o
Racionalismo Cristão tem elementos para difundir. Entretanto, Jesus foi
prematuramente arrancado à vida sem ter podido terminar sua missão. Seus
ensinamentos foram, depois, completamente deturpados e explorados com fins
políticos, chegando aos nossos dias sob o nome de religiões ou seitas
completamente mentirosas e falsas.
O
espírito, ao desencarnar, retira-se com seu corpo astral. Os cordões fluídicos,
ligados desde o período da gestação ao cérebro e ao coração, desprendem-se,
deixando o corpo inerte, sem mais a expressão da vida, resultando apenas em um
composto de matéria que, instantes após a retirada do espírito, começa a
desintegrar-se. Posteriormente esta matéria desintegrada passará a compor
outras formas, e integrar outros organismos.
Uma vez
desencarnado o espírito, nenhum auxílio lhe prestarão os encarnados mandando
rezar missas, encomendando orações etc. Pelo contrário, essas missas, essas
orações, essas evocações, prejudicam o espírito desencarnado, porque o prendem
atrativamente à atmosfera da Terra, quando ele necessita justamente abandonar o
ambiente terráqueo e seguir para seu mundo próprio, seu mundo de estágio.
O
espírito ao encarnar, conforme já o dissemos, vem de seu mundo próprio com seu
corpo astral, imponderável aos sentidos físicos, constituído de fluidos da
atmosfera desse mundo. Entretanto, no estado de encarnado, se não sabe viver
racionalmente as duas vidas – a material e a espiritual – vai embrutecendo seu
perispírito, seu corpo astral, vai tornando-o pesado, denso, pela introdução
dos fluidos da atmosfera da Terra.
Assim
sendo, ao abandonar o corpo físico com o corpo astral demasiado materializado,
sente-se perturbado e continua a viver, no estado de espírito, na atmosfera da
Terra, como se encarnado ainda estivesse. Portanto, todos os espíritos que se
encontram na atmosfera da Terra são perturbados, isto é, não compreendem ainda
a sua real situação, não têm consciência de que devem seguir para um outro
mundo a que pertencem. Os conhecimentos que eles possuem são exatamente os
mesmos adquiridos quando encarnados.
Toda
essa camada atmosférica que envolve o planeta Terra, e em que perambulam os
espíritos desencarnados perturbados, denomina-se astral inferior. Assim, quando
dizemos espíritos do astral inferir, queremos nos referir aos espíritos que,
ignorantes de sua própria trajetória evolutiva, estacionam e vagueiam na
atmosfera da Terra.
Sendo a
mediunidade intuitiva comum a todos os encarnados, os espíritos do astral
inferior dela se servem para incutir no mental dos mesmos os mais disparatados
propósitos. Resulta que muitos indivíduos apresentam manias de perseguição,
alguns o hábito de ver as coisas sempre pelo lado negro, e, ainda outros, a
tendência, já por si doentia, de se sentir atacados das mais variadas
moléstias.
Podemos,
mesmo, afirmar que a maioria dos suicídios, dos casos de loucura, das
desavenças, das incompatibilidades, das malquerenças, dos distúrbios, das
arruaças, dos conflitos, das agressões, das discussões, das desordens, das
intrigas, das convulsões por paixão política, é provocada pela interferência
das forças do astral inferior.
Embora
existam espíritos bem intencionados no astral inferior, eles nada de útil podem
proporcionar à humanidade, pois suas melhores intenções são neutralizadas pela
ação direta dos fluidos próprios ao meio, produzindo males que variam de
aspecto e de intensidade de acordo com o grau espiritual do desencarnado.
O
primeiro dever do espírito, ao desencarnar, é ascender ao mundo próprio,
diretamente, sem estagiar na atmosfera da Terra. O espírito que, quando
encarnado, soube respeitar as qualidades espirituais inatas, soube dar à vida
material apenas o valor que ela tem, soube reconhecer no trabalho uma das
razões de viver e soube vibrar em harmonia com a Consciência Universal, esse
espírito, ao desencarnar, sente a ação atrativa das Forças Superiores e
translada-se imediatamente, para o mundo próprio à sua classe, sem estagiar,
por um só instante, no astral inferior.
O
espírito, no mundo próprio à sua classe, não pode evoluir, pois todos os
espíritos que se encontram numa mesma classe possuem o mesmo grau de evolução,
não havendo, conseqüentemente, transmissão de saber de uns para outros. Lá, no
seu mundo de estágio, tem conhecimento de tudo quanto se passou com respeito às
suas encarnações, pois, desde a sua origem grava, pela ação vibratória do
pensamento, em matéria fluídica, todas as ocorrências verificadas na sua
existência.
Os
espíritos até o décimo-sétimo grau de evolução fazem o seu progresso espiritual
reencarnando. Desse grau para cima a evolução se processa no Espaço, o qual tem
a denominação de Astral Superior.
Um dos
deveres dos espíritos do Astral Superior é o de concorrer para a evolução dos
encarnados nos planetas escolas.
Os
espíritos do Astral Superior não podem alcançar a Terra sem que nela sejam
estabelecidos pólos de atração, suficientemente fortes, para esse expresso fim.
Esses pólos são estabelecidos com o concurso de espíritos dos mundos opacos,
isto é, espíritos da 6a à 11a classe, que
trabalham a serviço das Forças Superiores. Estes espíritos deveriam fazer a sua
evolução encarnando no planeta, mas, tendo perdido várias encarnações sem
progresso, decidiram processar a sua evolução no Espaço a serviço das Forças
Superiores. Por este processo o curso da evolução é muitíssimo mais lento, mas
tem a vantagem de não haver risco de perda de tempo, afogando-se, como acontece
a milhões de encarnados, em paixões mundanas.
Os
espíritos dos mundos opacos dispõem de corpos astrais de matéria fluídica mais
ou menos densa com os quais podem se locomover na superfície do planeta. Estes
espíritos, rigorosamente disciplinados pelas Forças Superiores, conseguem
desenvolver valioso trabalho, com que habilitam aquelas Forças a desempenhar
seus elevados misteres, nos trabalhos de alto valor espiritualista.
Nenhum
espírito encarna partindo do astral inferior, isto é, da atmosfera da Terra.
O
espírito só encarna partindo do seu mundo próprio, após ter examinado os atos
de sua última encarnação e de ter feito os planos necessários para avançar
sempre e sempre pela estrada evolutiva que o conduzirá à Inteligência Absoluta.
Neste
capítulo foi exposta, simples e condensadamente, a Doutrina Racionalista
Cristã, consolidação dos princípios explanados por Cristo.
A
preocupação nossa foi falar com clareza, fugindo de divagações transcendentes,
de modo a que o leitor, num relance, pela leitura de um simples capítulo de um
pequeno livro, pudesse vislumbrar a Verdade, pudesse se compreender a si
próprio.
Racionalismo
Cristão
Por Felino Alves de Jesus
Por Felino Alves de Jesus