Como
viúva de Felino Alves de Jesus que, apesar de sua partida do mundo físico, com
apenas 31 anos de idade, deixou com a pujança do seu caráter excepcional
exemplos dignificantes para aqueles que tiveram a felicidade de usufruir de sua
convivência, inclusive no meio racionalista, e, ainda, por insistência e
sugestão de um amigo do Racionalismo Cristão e da família Cottas, Professor
Edgard Ribeiro Bastos, senti-me impelida e incentivada para acrescentar algo
mais à esta obra, sob feição de síntese biográfica do seu autor, homem
inesquecível pelas atitudes marcantes que sempre soube assumir, objetivando a
narração de fatos que não deveriam permanecer apenas circunscritos ao âmbito
familiar e de amigos mais íntimos, mas sim pela sua grandeza, serem estendidos
ao conhecimento dos leitores e da juventude.
A vida
de Felino Alves de Jesus deu motivo para que fosse aprovada a indicação do seu
nome como Patrono de um Centro Cívico e de uma Biblioteca. O Centro Cívico
Felino Alves de Jesus foi criado em 22 de maio de 1950, na Escola José Linhares
e a Biblioteca Felino Alves de Jesus foi criada em 11 de setembro de 1954, na
Escola Arthur Azevedo. A lembrança destas indicações junto à Secretaria de
Educação do antigo Distrito Federal, depois Estado da Guanabara, e hoje Cidade
do Rio de Janeiro, deve-se ao Professor Edgard Ribeiro Bastos que as sugeriu
influenciado não somente pela amizade que dedicava ao homenageado, mas, também,
pelo que admirava na sua vida escolar e profissional.
Recordando
inaugurações e cerimônias realizadas, desejo reverenciar a figura do tão leal e
dedicado amigo Orlando José da Cruz (o Othon Ewaldo das crônicas), por minha
mãe carinhosamente tratado “o Amigo da Onça”. Era o orador oficial da família
em todas as cerimônias e melhor do que ninguém se desincumbia daquela missão,
pois aliada à sua cultura e facilidade de expressão, suas palavras exprimiam
muito da admiração que sentia pela figura dos Patronos e do carinho e amizade
que nutria pela família dos homenageados.
Dizia
sempre o amigo Orlando que não desmerecendo a figura dos demais Patronos de
Escolas, Centros Cívicos e Bibliotecas existentes, ninguém melhor do que Felino
para simbolizar um exemplo a ser seguido pelas gerações vindouras. Era Felino
Alves de Jesus filho de Maria Alves de Jesus e Saturnino Antônio de Jesus, pais
humildes, mas honrados, e com algumas carências transcorreu a sua infância.
Morou em ambiente muito simples e alguns de má vizinhança, a ponto de sua mãe
ocupá-lo em atividades na Igreja de Santo Afonso, no bairro do Andaraí (onde
chegou a ser sacristão), a fim de afastá-lo do meio ambiente em que residiam,
nas proximidades do Morro do Arrelia, um dos famosos locais perigosos daquela
época. Envidados esforços, mudou-se a família para Jacarepaguá e aí tudo
começou a se modificar. O menino é matriculado na antiga Escola Bahia, em
Jacarepaguá (escola pública de ensino gratuito) e de tal modo se destacava, que
sua professora, a sempre lembrada D. Olímpia Bitting Borges, passou a tomar
interesse por ele, procurando seus pais para que interrompidos não fossem os
estudos do aluno brilhante, que concluído o curso primário não teria
possibilidades de prosseguir estudando.
Naquele
tempo, apenas existia um colégio de nível ginasial, mantido pelo governo e
gratuito, o tradicional Colégio Pedro II, com vagas sempre ocupadas por 1
Refiro-me às cerimônias realizadas na Biblioteca Luiz de Mattos, na Escola
Itália, e Centro Cívico Maria Cottas, na Escola Lavínia Escragnolle Dória.
recomendação. Era aprimorado o seu ensino e altamente conceituado o seu Corpo
Docente composto de grandes mestres. – Quem recomendaria um menino desconhecido
e carente de recursos financeiros?!
D.
Olimpia, ciente das dificuldades existentes, empenha-se com um amigo, diretor
de um colégio particular, para conseguir uma matrícula gratuita no curso
ginasial. Todavia, não satisfeita com a orientação que o seu ex-aluno vinha
recebendo, resolve apelar, através de reportagem no jornal “O Globo”, para que
melhor fosse olhado o aluno carente de recursos financeiros e com capacidade
intelectual, citando como exemplo o caso do seu aluno querido, impedido de ter
acesso às escolas de nível ginasial.
Logo se
fizeram sentir os resultados daquele alerta! Foi conseguida matrícula no
Colégio Pedro II e Felino recebe aulas dos grandes mestres daquela época.
Cursava ele o 4º ano ginasial, quando sua amiga e ex-professora D. Olimpia o
alerta para a tomada de uma decisão quanto à carreira a seguir. Na situação
dele, com carência de recursos financeiros, deveria ser escolhida uma carreira
militar.
Felino
escolheu a Marinha. Talvez fosse desnecessário dizer que ele optou pela de mais
difícil acesso, quer pelo exame de habilitação, quer pelo critério de seleção
na admissão à matrícula em sua escola preparatória de oficiais – a famosa
Escola Naval (Villegagnon). É incentivado por D. Olimpia. Apesar de ainda estar
no 4º ano ginasial, arrisca, sem nenhum preparo em curso especializado, o exame
de habilitação à Escola Naval, por causa do limite de idade que seria
ultrapassado, caso ele esperasse concluir o curso ginasial (na época de 5
anos).
Agradável
surpresa: é aprovado em 11º lugar! E, depois?!
Surgem
os sérios obstáculos do critério de admissão, rigorosíssimo na seleção dos
candidatos, porque para a Escola Naval, naquela época, era selecionada uma
espécie de elite da mocidade que desejava uma carreira militar.
Analisados
os antecedentes do aluno classificado em 11º lugar, a Diretoria da Escola Naval
rejeita a admissão por ser filho de um praça da Polícia Militar do antigo
Distrito Federal. Novamente, D. Olimpia se movimenta. Procura seu amigo
Almirante Protógenes Guimarães, na época interventor do Estado do Rio de
Janeiro, expõe o problema do seu pupilo e ameaça com uma reportagem sobre o
critério de discriminação social na Escola Naval. O Almirante Protógenes
Guimarães interessa-se pelo assunto e envida esforços junto à direção da Escola
Naval e junto ao Ministério da Marinha, alertando para o censurável critério
que tanto desmerecia a famosa Marinha Brasileira e o sério problema criado com
a exclusão de um aluno classificado dentro do número de vagas e num dos
primeiros lugares, após rigoroso exame de habilitação. Satisfatoriamente, é
resolvido o problema, e a partir daquela época começa a se modificar o critério
de admissão dos alunos aprovados na Escola Naval. Novo obstáculo: aquisição do
enxoval, bastante custoso, dado o número de fardas e complementos, roupa de
cama, calçados etc.
Diante
da situação dos pais de Felino, D. Olimpia lembra um ofício endereçado ao
Comando da Policia Militar do antigo Distrito Federal, relatando a notícia
alvissareira: um filho de praça daquela corporação matriculado na Escola Naval!
O ofício é enviado pelo próprio Ministério da Marinha. Recebido o ofício, é
imediatamente transcrito na Ordem do Dia da Corporação e por sugestão do
Comandante Aragão o enxoval do futuro Oficial da Marinha ia ser fornecido pela
Policia Militar. Mas, tal foi o regozijo e tão estimado era o praça Saturnino
Antônio de Jesus, que cada praça fez questão de doar um dia de seu soldo para
ajudar na aquisição do enxoval!
Em 23
de abril de 1934, Felino ingressa na Escola Naval e inicia sua carreira
militar. Destaca-se nos estudos, disciplina, trato social e atitudes
patrióticas. Em 30 de dezembro de 1939 sai Guarda-Marinha e classifica-se num
dos primeiros lugares. Faz a viagem de instrução no Navio-Escola Almirante
Saldanha e, após, recebe o galão de 2º Tenente da Marinha.
Decorridos
40 anos, em 1979, numa festividade comemorativa, a figura do colega Felino é
lembrada com carinho e saudade. Seus companheiros de Escola Naval solicitaram a
presença da viúva e filhas às cerimônias comemorativas dos 40 anos de
Oficialato. Hoje são Almirantes, e os da ativa ocupam cargos de evidência e
responsabilidade.
Felino
queria ser aviador. Todavia, teria que esperar o posto de 1º Tenente para
ingressar na Aviação Naval. É criado o Ministério da Aeronáutica, em janeiro de
1941. Felino pede transferência para a Força Aérea Brasileira (FAB). É
matriculado na Escola de Aeronáutica dos Afonsos em 10 de maio de 1941, tendo
como companheiros os Aspirantes de Villegagnon (Escola Naval) e os Cadetes de
Realengo (Escola de Aviação Militar). É considerado Oficial-aluno. Terminado o
Curso de Pilotagem, em 30 de setembro de 1942, tira o Curso de Pára-quedista,
na Escola do Aeroclube de S. Paulo, onde surgiu o pára-quedismo no Brasil. Ao
término do Curso, em 3 de março de 1943, recebe Menção Honrosa e classifica-se
em 1º lugar. Passou a ser o Primeiro Páraquedista da FAB e chegou a executar 31
saltos, alguns do tipo retardado. O Brasil entra na 2ª Guerra Mundial.
Surge o
1º Grupo de Caça e é aberto o voluntariado. Felino inscreve-se como voluntário
para Controlador de Radar. Ocupa uma das 4 vagas existentes e é enviado, em 30
de março de 1944, para uma Base de Treinamento da Força Aérea Americana, no
Canal do Panamá. Antes de partir, despede-se do Comando da Escola de
Aeronáutica dos Afonsos, e seu Comandante, Brigadeiro Fontenelle, em ofício
diz: “Elogio o Tenente Felino pela correta disciplina militar, dedicação e
espírito de sacrifício”. Em agosto de 1944, em companhia de três colegas ruma
para a Itália, desembarcando em Nápoles. Permanece agregado à Força Aérea
Americana, enquanto aguarda a chegada do 1º Grupo de Caça. Em 7 de outubro de
1944, na Base Aérea próximo a Tarquínia (Itália) recebe o 1º Grupo de Caça e
fica incumbido da ligação desse Grupo de Caça com a Força Expedicionária
Brasileira (FEB). Diziam seus colegas que ele era tudo: desde mensageiro, até
oficial indicado para tratar de assuntos ligados com o Estado-Maior das forças
em combate. Por ser de grande iniciativa, merecedor da confiança do Comando do
Grupo, só recorria ao Comandante Nero Moura quando se tratava de problema de
extrema gravidade. Apesar das funções em terra, não deixou de ser aviador.
Realizou onze missões de transporte, pilotando o B-25 do Grupo. Em 2 de maio de
1945, dia em que terminaram as hostilidades na Itália, ele se desliga do 1º
Grupo de Caça recebendo do Comandante Nero Moura o seguinte elogio: “Por ter de
regressar ao Brasil, louvo o 1º Tenente Aviador Felino Alves de Jesus pelos
bons serviços prestados a este comando com tanta espontaneidade e dedicação.
Afastado do vôo por imposição da função que lhe coube, serviu ao Grupo com o
mesmo espírito de sacrifício e patriotismo, trabalhando para a Unidade, em
guerra, com interesse e boa vontade. Inicialmente treinado como controlador de
vôo, e neste teatro de operações não tendo oportunidade para empregar os
conhecimentos adquiridos nos cursos e estágios que realizou no Panamá, Estados
Unidos e Itália, destacou-se em outras funções que lhe foram designadas:
coordenador da mala do correio, ligação com a FEB e chefia da Seção de
Armamento do lº Grupo de Caça. Trabalhador incansável, organizador metódico e
oficial disciplinado, o Tenente Felino, pelas suas qualidades e conhecimentos
obtidos em operações de guerra, será sem dúvida uma fonte permanente de
consultas futuras no âmbito da Forca Aérea Brasileira”.
No dia
11 de maio de 1945, Felino volta à Pátria. Estava havendo no Brasil como que um
movimento para o retorno do país à democracia. Vivia-se a fase da ditadura de
Vargas. Liderava um movimento, em prol de um regime democrata, o inconfundível
Brigadeiro Eduardo Gomes. Felino, recém chegado dos campos de batalha, procura
o Brigadeiro e apresenta-se: “Brigadeiro, vim de lutar por um mundo melhor,
quero ao seu lado lutar por um Brasil melhor”. A partir desse encontro, começa
a participar ativamente da campanha pela redemocratização do país, sem temer conseqüências.
Estava no serviço ativo da Força Aérea Brasileira. Em serviço, era o militar
disciplinado. Fora do serviço era o lutador incansável, idealista, colaborador
dedicado e leal, grande incentivador da Campanha liderada pelo Brigadeiro
Eduardo Gomes que tinha por lema: “O preço da Liberdade é a eterna Vigilância”.
Era
indicado para viagens aéreas com a responsabilidade de conduzir autoridades
civis, militares e eclesiásticas. Apesar de seus superiores hierárquicos
conhecerem suas convicções e ideais espiritualistas, era freqüentemente
indicado para conduzir padres e bispos a Congressos, e numa dessas viagens teve
a responsabilidade de conduzir o Cardeal D. Jaime Câmara que havia solicitado à
Diretoria de Rotas Aéreas um piloto competente para conduzi-lo à sagração de
Bispos, no Norte do país. Naquela época, a aviação brasileira como que
engatinhava; suas rotas recém-criadas, falta de radiocomunicações em alguns
campos de pouso; não havia os recursos e a segurança de hoje. Era uma aventura
sobrevoar o rio Tocantins, atravessar o Amazonas, alcançar Fernando de Noronha,
no Oceano Atlântico, e aterrar com aparelhos de maior porte em pequenos campos
de pouso. Daí a indicação dos pilotos da FAB para missões de maior
responsabilidade. Em todos os lugares onde pousava, Felino fazia amigos,
recebia presentes (pássaros, corcinhas, micos, tartarugas, jabutis) e até uma
coleção de arco e flechas ganhou do cacique de uma tribo, quando pela primeira
vez o cacique viu pousar um avião do Correio Aéreo Nacional, em Xavantina,
próximo à tribo. Os padres e missionários protestantes eram seus admiradores,
pela boa vontade com que o piloto Felino, às vezes até infringindo o
regulamento, mas tentando salvar vidas, conduzia enfermos para as localidades
aonde pudessem ser prestados socorros imediatos. Quantas vidas ajudou a salvar
e crianças a nascer! . . . Mas tal era a sua noção de disciplina, que chegado
ao final de viagem, em seus relatórios sempre citava “as indisciplinas"
cometidas.
Resolveu
cursar Engenharia. Desejava tirar o Curso de Engenheiro em Radiocomunicações.
Concorre ao exame de seleção à antiga Escola Técnica do Exército, hoje
Instituto Militar de Engenharia (IME) e é aprovado em 1º lugar! Inicia o curso
em março de 1945 e chega até a metade do 2º ano, quando faleceu. A turma a que
pertenceu concluiu o Curso no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
e é cognominada Turma 1951, 1a turma formada por aquele estabelecimento de
ensino. Apesar do pouco tempo de convivência, a figura do colega Felino foi tão
marcante que a rapaziada de então, até hoje, recorda-o pelo seu coleguismo,
capacidade intelectual, sua liderança. Anualmente reúnem-se e relembram, apesar
de decorridos 30 anos do falecimento do colega, passagens e acontecimentos
relacionados com eles. Aos que comparecem às reuniões da Turma 1951 há como que
a impressão de que Felino desapareceu recentemente, tão viva ainda está a
lembrança de quem foi para eles um autêntico líder! Nas homenagens póstumas
prestadas por ocasião da Formatura de Engenheiros do ITA de 1951, foi lembrado,
citado, como que o símbolo de união das Forças Armadas – iniciara sua carreira
militar na Marinha, prosseguira na Aeronáutica e quando de seu falecimento estava
agregado à Escola Técnica do Exército. “Para eles foi o líder a ser seguido”
(palavras do orador da Turma 1951, Engenheiro Antônio Carlos
Junqueira de Moraes).
Quando
aluno do Colégio Pedro II, Felino auxiliava os camelôs da antiga rua Larga
(hoje rua Marechal Floriano) e com isso adquiria alguns trocados para as
despesas com passagens de bonde e trem. Na Escola Naval, era o aluno-mestre, a
quem os colegas recorriam para elucidar dúvidas. Com enorme satisfação, sempre
transmitia seus conhecimentos aos carentes de melhores esclarecimentos. De nada
fazia mistério ou segredo. O que sabia, transmitia a quem a ele recorria. No
período de férias, arranjava alunos particulares a fim de poder ajudar nas
despesas de casa e iniciar sua biblioteca.
Existe
uma passagem interessante: agravando-se o seu estado de saúde, foi-lhe
recomendada uma transfusão de sangue, naquela época feita de doador para
receptor.
Terminada
a transfusão, enquanto o doador repousava, inicia-se uma conversa entre eles. O
doador comenta que ele fazia lembrar um colega de escola primária, em
Jacarepaguá, muito estudioso, que passava o recreio lendo ou ensinando aos
colegas, o tipo do bom companheiro, que tinha um nome tão engraçado, esquisito
e que nunca se esqueceu do nome dele: Felino!
Veja-se
a coincidência: decorridos mais de 20 anos, em 1949, um doador de sangue,
pertencente à Polícia Especial (Polícia de elite criada à época da ditadura de
Vargas) ajudando a salvar a vida do colega de escola primária!
Concluído
o Curso da Escola Naval, quando já possuía uma remuneração, resolveu, como que
em agradecimento a tudo que havia obtido, ajudar “alguém que quisesse ser
alguém”. Custeou os estudos de um afilhado de seus pais, filho de mãe viúva
enfrentando dificuldades. Matriculou-o num dos melhores colégios do Rio de
Janeiro, e até as despesas com material escolar pagava. Mesmo quando ausente do
país, durante a guerra, nada faltou ao afilhado de seus pais. Encaminhou o
rapaz, terminado o ginásio, para a Escola de Aeronáutica dos Afonsos, não tendo
ali concluído o curso, por motivo de saúde. Depois, já em espírito, Felino deve
ter tido a satisfação de ver seu pupilo formado em Engenharia Civil, na antiga
Escola Politécnica, a melhor da época, do Rio de Janeiro.
Felino
era afável, comunicativo, discreto, despido de vaidades, convivia com humildes,
como com grandes personalidades, sabia estar em ambientes simples, como em
ambientes de requinte, apenas se transformava quando envergava sua farda, e em
serviço era rigoroso na disciplina e no cumprimento do dever.
Com
estas divagações tive também a intenção de mostrar que vence na vida quem faz
por isso. Apesar das dificuldades e obstáculos “o menino sem recursos
financeiros” estudou. Pelo seu esforço e interesse, recebeu ajuda, teve uma
carreira e destacou-se sempre. Nunca alimentou sentimentos de inveja, recalques
ou despeito. Foi sempre amigo de ajudar e nunca aninhou em seu espírito
sentimentos de revolta pelas adversidades que enfrentou. Dizia ele, recordando
o passado, que tudo parecia como que um sonho e era para ele como que a
valorização do que havia alcançado.
Felino
nasceu em 9 de maio de 1918. Realizou seu último vôo, comandando um avião do 2º
Grupo de Transporte, em serviço na rota de Fernando de Noronha, em 11 de junho
de 1949. Faleceu em 12 de julho de 1949. Apenas 31 anos de vida física. Deixou
exemplos a serem seguidos e que enchem de orgulho aqueles que lhe pertenceram.
Desculpem a falta de modéstia de uma viúva orgulhosa do marido que teve.
Biografia
de Felino Alves de Jesus
Texto
de Maria Luiza Cottas de Jesus extraído do livro "Trajetória
Evolutiva" de Felino Alves de Jesus.